“PADRE ANTONIO VIEIRA: A MAIOR EXPRESSÃO CULTURAL E MORAL DO SÉCULO XVII NO MUNDO LUSO-BRASILEIRO”

Rubens Ricupero

Embaixador.Diretor da Faculdade de Economia da FAAP

A tarde de hoje do Café filosófico difere bastante das anteriores. Ela não tem como tema o pensamento teológico ou filosófico de algum grande Padre da Igreja da antiguidade ou da Idade Média. Mais do que teológico ou filosófico, nosso objeto é histórico e existencial: como a fé ardente pode animar uma vida totalmente dedicada ao desigual combate para cristianizar ou humanizar a sociedade. É nesse sentido que Antonio Vieira representou a mais alta expressão atingida pela consciência moral e intelectual em toda a imensa área ocupada pelo império marítimo português. Nenhum outro chegou perto dele na síntese quase perfeita de inteligência e ação, de cultura e paixão moral, a serviço da dignidade do homem redimido por Cristo e da transformação da sociedade. A reflexão que vamos fazer juntos sobre a vida e a obra do missionário utiliza como chave de leitura a permanente tensão dialética entre a consciência evangélica de um extraordinário religioso e a pecaminosa e injusta realidade político-econômica que tentou em vão redimir.

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